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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

segunda-feira, 29 de março de 2010

Morre Armando Nogueira, criador do "JN"

29/03/2010

O jornalista Armando Nogueira, fundador do "Jornal Nacional", faleceu hoje aos 83 anos no Rio de Janeiro. Segundo informações da Globo News, ele morreu em casa vítima de um câncer no cérebro, diagnosticado em 2007.

Nascido em Xapuri, no Acre, Nogueira se mudou para o Rio de Janeiro aos 17 anos onde estudou Direito. Começou como jornalista em 1950, na editoria de esportes do "Diário Carioca", onde trabalhou durante 13 anos. Foi repórter, redator e colunista.

Na "Revista Manchete", foi redator-principal e na revista "O Cruzeiro", repórter fotográfico. Em 1959, entrou para o "Jornal do Brasil", como redator e colunista. De 1961 a 1973 neste mesmo jornal, assinou a coluna diária "Na Grande Área".

Fez a cobertura de todas as Copas do Mundo a partir de 1954 e de todos os Jogos Olímpicos desde 1980. No telejornalismo em 1959, trabalhou na antiga TV-Rio. Entre 1966 e 1990 foi diretor da Central Globo de Jornalismo da Rede Globo de Televisão e dirigia também a Divisão de Esportes.

Ainda trabalhou na TV Bandeirantes, no SporTV e na rádio CBN. Na Globo, Nogueira foi responsável pela criação do "Jornal Nacional" e do "Globo Repórter".

Fonte: Redação Adnews

sábado, 20 de março de 2010

Diário Carioca, um conservador de vanguarda

Fundado em 17 de julho de 1928 por José Eduardo de Macedo Soares, o Diário Carioca foi um dos mais influentes jornais do País e o responsável pela modernização técnica da imprensa brasileira.

Introduziu o lead nas matérias, criou o copidesque e lançou o primeiro manual de redação jornalística. Com o surgimento de Brasília, foi o primeiro jornal diário a circular no Distrito Federal.


Verdadeira usina de talentos, abrigou grande parte de nossos melhores jornalistas, até fechar, em dezembro de 1965. O jornal ficava na Av. Rio Branco nº 25, próximo à Praça Mauá, no Centro do Rio de Janeiro. A redação ocupava uma sobreloja, e a oficina, o térreo e o subsolo.

Novo estilo

A reforma do estilo da imprensa brasileira começou na década de 1950 no Diário Carioca, de forte tradição política e orientação conservadora. Lá, dois professores do curso pioneiro de jornalismo que funcionava na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Brasil - Danton Jobim, o catedrático, e Pompeu de Souza, seu assistente - arregimentaram um grupo de jovens, vindos quase todos de diferentes cursos universitários, para introduzir no Brasil as técnicas de redação originalmente desenvolvidas nos Estados Unidos e que já se haviam generalizado nos países desenvolvidos.

Do Diário Carioca a nova maneira de redigir migrou - na verdade, foram os redatores que migraram - , para o Jornal do Brasil, veículo tradicional (fundado em 1891, com orientação monarquista) que se decidiu a fazer uma reforma editorial. Lá, no final da década de 50 e nos primeiros anos da década de 60, o estilo de texto se fixou, associando-se a uma nova estética gráfica, de matriz construtivista.

Só no início da década de 70 os outros grandes jornais do Rio de Janeiro (como O Globo) e de São Paulo (O Estado de S. Paulo, a Folha de S. Paulo) - logo seguidos pela imprensa de todo o País - adotariam algumas das normas de redação lançadas pelo Diário Carioca e fixadas no Jornal do Brasil.

Em São Paulo, a mudança dos métodos e critérios do jornalismo havia começado, no final da década de 60, com uma revista mensal ambiciosa e muito bem editada, Realidade. Para a mudança nos jornais, foram feitas algumas experiências, a começar pelo vespertino de O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde, que dava às matérias noticiosas estilo inspirado no dos magazines.

A incorporação do novo modo de escrever ao noticiário tradicional fez-se aos poucos, com a preocupação de copiar rigorosamente modelos americanos, de modo que algumas das criações mais originais do Diário Carioca não chegaram ou demoraram a chegar à imprensa paulista.

O que mudou

Foram características da reforma do Diário Carioca:

- a adaptação do lead - primeiro parágrafo da matéria impressa, onde consta o fato principal ou mais importante de uma série, tomado por seu aspecto principal - à língua portuguesa evitando, por exemplo, o estilo uma proposição por período, que é ainda hoje norma imposta na Folha de São Paulo, e dá aos textos aspecto telegráfico, de leitura cansativa. Para isso, foram consultados outros modelos de adaptação, principalmente dos jornais ingleses e franceses;

- a incorporação progressiva de usos propostos, na literatura, pelos modernistas de 1922, para aproximar a escrita da fala corrente brasileira. Nessa linha, as pessoas deixaram de morar à Rua X para morar na Rua X. Os tratamentos tornaram-se menos cerimoniosos; passou-se, aos poucos, a escrever o nome das pessoas sem a precedência de um título - senhor, senhora, doutor, excelência, dona e, para os desqualificados, indivíduo. Os redatores do Diário eram leitores constantes de autores modernos, particularmente de Graciliano Ramos, cujo estilo enxuto tomava-se como modelo.


É interessante comparar os style books - manuais de redação - do Diário e dos jornais atuais. O manual escrito em 1950 por Pompeu de Souza, é um documento sintético, até porque produzido por quem iria gerir sua aplicação. Contém algumas concessões ao espírito da época: não se admitia chamar uma mulher casada, pelo menos as da classe dominante, pelo nome; era necessário precedê-lo de d. Da mesma forma, o pronome para o Papa não era ele, mas Sua Santidade, e temia-se que fosse impossível suprimir inteiramente o Exa do nome de alguns personagens. Esses preceitos tiveram que ser modificados ao longo do tempo, à medida que a evolução dos costumes ia permitindo as mudanças.

Dentre os manuais lançados por empresas que editam atualmente jornais diários, o mais interessante e útil é o Manual de Redação e Estilo de O Globo, editado por Luiz Garcia. É também o que mais se aproxima do espírito do style book do Diário Carioca.

Os manuais de redação atuais costumam ser detalhistas, abrangentes e presunçosos. Misturam orientações técnicas com discursos sobre o que o dono do jornal pensa do mundo - e nisto se parecem com o manual da Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda que, na década de 50, imitando o Diário Carioca, lançou também sua versão - acrescentando critérios editoriais genéricos, manifestações de princípios e argumentos de marketing institucional.

Diário Carioca (DC-Brasília)

O Diário Carioca (DC-Brasília) foi o primeiro jornal diário a circular na capital federal, a partir do dia 12 de setembro de 1959, sob a direção do jornalista Elias de Oliveira Júnior.


Inicialmente sua sede ficava em um barracão de madeira (foto) na 2ª Avenida da "Cidade Livre" e mais tarde numa sobreloja da quadra 508 da Avenida W-3 Sul, onde funcionava a redação.

Os textos eram mandados para as oficinas do Diário Carioca no Rio de Janeiro, por telex, telefone e pelo último avião, quando também eram enviadas as fotografias. A edição era impressa durante a madrugada e o jornal seguia para Brasília no primeiro vôo da manhã.

Fontes: http://www.diariocarioca.com.br/

Gazeta do Rio de Janeiro-Oficial, mas nem tanto

Primeiro jornal do Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro foi um instrumento político, mas também espaço de comunicação coletiva e participação social



Em 10 setembro de 1808, surgiu oficialmente a imprensa no Brasil com a circulação da Gazeta do Rio de Janeiro na capital tropical do Império. Até então, era proibido aos súditos do rei o contato com publicações na sua colônia mais importante. E a novidade era bem restrita: produzida pela Impressão Régia, portanto publicação oficial, a folha era editada e censurada pelos ministros (e diretores do periódico) de estrita confiança do rei.No entanto, nos anos seguintes o periódico oficial mostrou-se mais do que apenas um veículo de interesses políticos. Passou a interagir com o cotidiano da cidade e adotou princípios que permaneceriam orientando a imprensa brasileira.
Já no primeiro exemplar, o redator destaca a pretensão de atingir a imparcialidade editorial na publicação de documentos oficiais. Em vão. O que se lê na Gazeta é um discurso parcial e opinativo, exaltando quase exclusivamente as notícias da vida na Corte. Em 14 de março de 1810, por exemplo, o redator frei Tibúrcio descrevia a festa em Ação de Graças, ocorrida no dia 8, em comemoração aos dois anos da “feliz” chegada de D. João VI ao Rio.Havia também notícias de caráter político, que se referiam, sobretudo, aos temas que envolviam a sustentação da monarquia portuguesa. Como a folha se voltava para a arena pública, era essencial que seus editores tratassem “adequadamente” as informações e notícias sobre o Império português, que se tornariam comentários frutíferos na sociedade.

O tratamento das guerras napoleônicas, noticiadas na Gazeta entre 1808 e 1815, mostra o explícito processo de edição da direção da folha em favor da Inglaterra (onde seus papéis públicos “falam com toda a franqueza e liberdade”) e contra o “tirano” Napoleão e os franceses. Em outubro de 1808, o redator comenta que enquanto “as gazetas que em Inglaterra são constitucionalmente livres e singelas vêm a ser em França um dos meios essenciais de que o Governo lança mão persuadindo o que quer”. E continuava: “portanto é necessário ler com suma prevenção tudo quanto são papéis franceses, quero dizer, todos os dos diferentes países onde existe influência francesa, pois de certo contam falsidades, e muitas vezes tão descaradas que admiraria como se atrevem a publicá-las”.

Em fevereiro de 1818 houve a aclamação de D. João VI como rei do Império luso-brasileiro. Sobre os festejos, o bibliotecário real Luís dos Santos Marrocos enviou carta para sua família em Portugal junto com alguns exemplares da Gazeta, que dedicou vários números à maior festa produzida até então pela monarquia no Brasil. Mas fez a seguinte ressalva: “Devo advertir que nelas [notícias] há muita falta de exação e muita mentira, que não posso desculpar, pois, narrando com entusiasmo coisas não existentes ou dando valor a ninharias, cai no absurdo, ou talvez no desaforo, de não publicar fatos e circunstâncias ainda mais essenciais daquele ato”.

Além da pouca isenção da Gazeta, a carta de Marrocos revela outro detalhe: juntamente com suas correspondências particulares, o bibliotecário encaminhava para a família exemplares do periódico. A atitude do súdito de D. João não foi uma iniciativa isolada. Fazia, sim, parte de uma rede de correspondências atentamente arquitetada pelos ministros reais que cuidavam da política externa do Império. Não se tratava apenas de um instrumento de poder monárquico. A Gazeta foi uma “fonte” fundamental na comunicação entre Brasil, Portugal e Inglaterra. Assim como no cais do Rio aportavam navios contendo jornais e documentos públicos europeus que seriam lidos, resumidos, transcritos, traduzidos, censurados, publicados e comentados na Gazeta do Rio de Janeiro, este periódico também chegava aos portos lusitanos e ingleses. Existia uma importante rede de correspondentes entre Portugal e Inglaterra, um circuito interatlântico de troca de informações impressas. Nesses países, a Gazeta fazia parte do rol de jornais considerados de interesse para a sociedade em geral.

Além disso, a presença da Gazeta no cotidiano do Rio de Janeiro expressava os diversos interesses e valores culturais da sociedade joanina, que também a utilizava como meio privilegiado de comunicação coletiva no universo público. Em 1820, já era prática comum dos leitores publicarem temas da esfera da vida privada no jornal, que circulava às quartas e aos sábados. Um exemplo é a troca de notas entre os ex-sócios José Vicente de Carvalho e Antonio José de Oliveira Barreiros. Ao desfazer o negócio comum, Barreiros usa o periódico para informar “que nada deve a outro credor qualquer”. Em resposta, Carvalho notifica, no mesmo espaço, sobre o resgate dos pequenos saldos dos quais algumas pessoas eram credoras. Ele se isenta da responsabilidade do reembolso e “faz saber às pessoas” que a soma de capital está nas mãos de Barreiros. Registrada no único veículo pelo qual chegaria ao conhecimento da sociedade, a pendenga provavelmente ganhou espaço nas ruas da cidade. Como essa, nasciam na Gazeta as primeiras – e ainda tênues – manifestações da formação de uma opinião pública.

Para além das questões políticas e cotidianas, o jornal foi um ícone fundamental na história da imprensa no Brasil, ao adotar alguns dos valores jornalísticos hoje essenciais na grande imprensa. Há 200 anos, a folha do rei já se preocupava com periodicidade, sistema de assinaturas, vendas avulsas e espaço para anúncios. Na seção “Rio de Janeiro”, o redator falava constantemente em neutralidade, isenção jornalística, imparcialidade e diferentes versões dos fatos. Seus comentários ressaltavam o valor da opinião e do diálogo com o leitor, que aos poucos conquistava um espaço importante nas páginas do jornal, na seção de “Avisos”. Em 1822, com a Independência, a Gazeta do Rio de Janeiro deixou de circular. Suas páginas chegam até nós como um testemunho singular de vários aspectos da sociedade fluminense no tempo de D. João VI: os conflitos de poder e interesses políticos, as tensões dentro da redação e entre as esferas pública e privada, e os valores socioculturais então vigentes.

Por Juliana Gesuelli Meirelles

Fonte: Revista De História da Biblioteca Nacional

Juliana Gesuelli Meirelles é jornalista e historiadora , jornalista e mestre em História pela Unicamp. Sua dissertação de mestrado pela Unicamp, “A Gazeta do Rio de Janeiro e o impacto na circulação de idéias no Império luso-brasileiro”, ganhou o Prêmio D. João VI de Pesquisa da Comissão Luso-Brasileira para Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio Documental (Coluso) em 2007.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Balão de Ensaio

A cobertura política, muitas vezes, se baseia na repercussão cansativa de declarações jogadas ao vento. Alguém, cheio de segundas intenções, solta uma frase de efeito, repete o que outro já havia dito como se tivesse acabado de descobrir a pólvora, distribui sua opinião sobre algo geralmente irrelevante e, no dia seguinte, isso vira manchete de jornal.

Na ausência da investigação jornalística sobre a política, recorre-se ao balão de ensaio. É preciso produzir manchetes, alimentar colunas, retroalimentar a indústria das especulações.


Ex: O Blog do Planalto e a caça aos balões
Por Luiz Eduardo Brandão


O blog do Planalto agora resolveu responder à altura às manipulações da imprensa. Esta manhã, traz duas respostas, ao Globo e ao Estadão.
Sobre a tal conversa reservada que o Estadão disse que Lula teria tido com Aécio, o blog responde curto e groso:

“Não procede a informação publicada hoje (15/1) no jornal O Estado de S. Paulo dizendo que o presidente Lula teria tido uma conversa reservada com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na noite da última quarta-feira, no Palácio da Alvorada, depois do ato de assinatura dos termos de cooperação do Governo Federal com as cidades que vão sediar a Copa de 2014.”

A uma matéria do Globo de ontem, a resposta é mais comprida, mas vale citar, como ilustração da nova postura do blog, de responder de bate-pronto às fabulações da midiona. Já era mais que tempo de tomar essa atitude. Basta de manipular impunemente a informação:

Leia Mais: Luis Nassif Online

Press-kit

Um Press-kit é um pacote distribuído a imprensa com "Press release" e brindes promocionais: amostra ou réplica do produto, fotos de divulgação, credenciais de imprensa.

Ou seja, ítens que facilitem a cobertura jornalística sobre o que se quer divulgar e estimulem os jornalistas a publicarem a intenção do assessorado.

House Organ

House organ é a denominação dada ao veículo (jornal ou revista) de uma empresa ou entidade, concebido para divulgar os fatos e as realizações, e que pode assumir diferentes configurações, dependendo do público a que se destina.